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Perguntas e respostas sobre Vacinas Meningocócicas

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Perguntas e respostas sobre Vacinas Meningocócicas

É causada pela bactéria chamada Neisseria meningitidis (meningococo). Existem pelo menos 12 diferentes tipos, chamados de sorogrupos. Os sorogrupos A, B, C, Y e W são responsáveis pela a maior parte das doenças graves, provocadas por esta bactéria. No Brasil, os casos ocorrem o ano todo, havendo surtos ocasionais e levando em consideração todas as faixas etárias o tipo C é o mais frequente. Com a introdução da vacina meningocócica C no SUS em 2010, houve queda da doença causada por este sorotipo especialmente nos menores de cinco anos.  Atualmente os casos de meningite meningocócica em menores de cinco anos geralmente são pelo tipo B.

A doença é transmitida pelo contato com secreções respiratórias – tosse, espirros, beijo, utensílios contaminados. É uma doença que progride rapidamente, podendo atingir o sangue, levando a um quadro de septicemia e atingir o sistema nervoso central, ocasionando um quadro de meningite.

É uma doença muito grave, em que aproximadamente 20% das pessoas afetadas morrem, mesmo que o tratamento seja adequado. Das pessoas que sobrevivem, cerca de 20% apresentam algum tipo de sequela séria, como perda de membros, lesão cerebral e perda da audição. O diagnóstico e tratamento têm que ser feitos muito rapidamente para um melhor prognóstico.

Sim, existem vários tipos de microrganismos capazes de causar meningites (vírus e bactérias) e uma mesma criança ou adolescente pode adoecer mais de uma vez.

A melhor prevenção é com as vacinas especificas para esta bactéria. No Brasil, há três diferentes tipos de vacinas:

Meningocócica C – utilizada no Programa Nacional de Imunizações (PNI), é administrada na rotina, em três doses: 3, 5 e 12 meses, além de uma dose de reforço aos 11 anos.

Meningocócica ACYW – vacina que combina estes quatro sorogrupos. Somente disponível, até o momento, em clínicas privadas e pode ser utilizada em substituição à vacina meningocócica C.

Meningocócica B – vacina também disponível somente na rede privada e também preconizada aos 3 e 5 meses com reforço após um ano de idade.

Deverá ser avaliado por um médico, que dependendo do tipo de contato com o paciente, poderá ser necessário o uso de antibióticos específicos, preferencialmente nas primeiras 24 horas da exposição.  O tempo de incubação da doença meningocócica é muito curto, não havendo tempo para que a vacina proteja caso seja feita por ocasião do contato. Por isso é tão importante que todos estejam com seus calendários em dia.

Não. A vacina não contém componentes vivos das bactérias e não há nenhuma possibilidade disso ocorrer.

De uma maneira geral, tanto as vacinas conjugadas C e ACWY e a vacina contra o meningococo B podem causar reações leves, como febre, dor e vermelhidão no local da aplicação. Duram geralmente até 48 horas e desaparecem espontaneamente.

Não é uma vacina recomendada para gestantes, exceto quando há uma situação de risco: epidemias ou viagens para aéreas de risco, devendo ser avaliado a situação individualmente.Como regra geral, deve-se evitar aplicar qualquer vacina em pessoas que estejam com febre ou alguma doença aguda (pneumonia, infecção gastrintestinal, etc.). Assim que ocorra a resolução do processo agudo, a vacina deve ser aplicada. Pacientes em tratamento quimioterápico para o câncer ou em uso de medicamentos imunossupressores para doenças crônicas podem ter uma eficácia vacinal reduzida. Crianças que tiveram reação anafilática ao ovo (reação alérgica muito grave) com necessidade de atendimento de emergência devem consultar seu médico para orientação.

Pacientes com histórico de reação alérgica grave à vacinação meningocócica prévia e também as gestantes. A vacinação deve ser adiada na vigência de doença febril aguda.

Como a proteção não é permanente para as vacinas meningocócicas, o Ministério da Saúde recomenda reforço da meningocócica C aos 11 anos. A partir de 2020, este reforço será realizado com a vacina ACYW. Outro aspecto importante da vacinação do adolescente é a diminuição da circulação da bactéria, já que geralmente são eles os maiores responsáveis pela disseminação da doença. Já as sociedades brasileiras de Pediatria e de Imunizações indicam, sempre que possível, o uso preferencial da vacina ACWY ao invés da C, pelo seu maior espectro de proteção, além do reforço aos 12 meses, preconiza também doses de reforço aos 6  e 11 anos de idade. Adolescentes sem vacinação prévia recebem duas doses, com intervalo de cinco anos. Quanto à meningocócica B, ainda não há recomendação de reforço após o termino do esquema da rotina.

Os casos de meningite meningocócica em adultos são pouco comuns, por isso a vacinação de indivíduos saudáveis deve ser considerada somente em situações de risco: surtos na comunidade e viagens para locais onde há risco de transmissão, por exemplo. Algumas pessoas, no entanto, têm condições de saúde que as tornam altamente suscetíveis à doença. É o caso daquelas que vivem com HIV/Aids, com asplenia (ausência ou mal funcionamento do baço), das que fazem uso de medicamentos ou tratamentos imunossupressores, entre outros. Para esses grupos, as vacinas meningocócicas são recomendadas com esquemas que podem ser diferentes, dependendo do quadro.

Converse sempre com seu pediatra. Ele saberá lhe informar qual(is) vacina(s) são necessárias e o número de doses, que varia conforme a idade da criança ou do adolescente. E lembre-se, prevenir é sempre o melhor remédio!

 


Fonte: SBP | Sociedade Brasileira de Pediatria

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