Pular para o conteúdo

Meningite: causa, sintomas, prevenção e tratamento

  • por

O que é meningite?

A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, ou também por processos não infecciosos como, por exemplo, medicamentos e neoplasias.

Entre os agentes infecciosos, as meningites bacterianas e virais são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública e clínico, devido a sua magnitude, capacidade de causar surtos e, no caso da meningite bacteriana, a gravidade.

No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica, deste modo, casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. A ocorrência das meningites bacterianas é mais comum no outono-inverno, e das virais na primavera-verão.


Crianças, jovens e adolescentes precisam de vacinar contra meningite!

Todas as faixas etárias podem ser acometidas pela doença, porém o maior risco de adoecimento está entre as crianças menores de 05 (cinco) anos, especialmente as menores de 01 (um) ano de idade. Na doença causada pela bactéria Neisseria meningitidis, além das crianças, os adolescentes e adultos jovens têm o risco de adoecimento aumentado em surtos.

Na meningite pneumocócica (causada pelo Streptococcus pneumoniae) idosos e indivíduos portadores de quadros crônicos ou de doenças imunossupressoras também apresentam maior risco de adoecimento. O sexo masculino também é o mais acometido pela doença.

Meningite tem cura?

Sim, a maioria dos casos evoluem para cura. No entanto, é necessário assistência médica na vigência dos sintomas.

A depender do agente etiologico causador da doença, em alguns casos, podem ocorrer sequelas como: surdez, crises de epilepsia, danos cerebrais, amputação de membros, dificuldades de aprendizagem além de problemas comportamentais.

Meningite mata?

Sim. Principalmente as causadas por bactérias, como por exemplo, a meningite pneumocócica e a meningite meningocócica, que pode apresentar-se associada à meningococcemia. Nesse último caso, a doença pode evoluir de forma fulminante, levando ao óbito em poucas horas.

Nas meningites causadas por vírus, geralmente a evolução é mais branda e o prognótico da doença é menos grave que na meningite bacteriana.

Sorogrupos da Meningite

O termo “sorogrupo” diz respeito a classificação da bactéria Neisseria meningitidis (também chamada de meningococo) que causa a doença meningocócica.

A doença meningocócica (DM) caracteriza-se por uma ou mais síndromes clínicas, sendo a meningite meningocócica a mais frequente delas e a meningococcemia a forma mais grave.

São, ao todo, 12 diferentes sorogrupos: A, B, C, E, H, I, K, L, W, X, Y e Z. No Brasil, os principais sorogrupos circulantes (que causam a maioria dos casos de DM) são o B, C, W e Y.

Estes sorogrupos já foram identificados em praticamente todas as Unidades Federadas, em maior ou menor frequência. Entretanto, o sorogrupo C permanece sendo o principal sorogrupo causador de doença meningocócica no Brasil, responsável por 60% dos casos da doença meningocócica.

No Brasil, a doença meningocócica é endêmica, com ocorrência de surtos esporádicos. Embora os casos de DM sejam esperados ao longo de todo o ano, a maioria deles ocorre nas estações mais frias, no outono-inverno.

Acomete indivíduos de todas as faixas etárias, porém aproximadamente 30% dos casos notificados ocorrem em crianças menores de 5 anos de idade. Os maiores coeficientes de incidência da doença são observados em lactentes, no primeiro ano de vida. Nos surtos e epidemias, observam-se mudanças nas faixas etárias afetadas, com aumento de casos entre adolescentes e adultos jovens.

O tratamento para a doença meningocócica (independente do sorogrupo) é hospitalar, por meio de antibioticoterapia, que deve ser instituída o mais precocemente possível. O uso de antibiótico deve ser associado a outros tipos de tratamento de suporte, como reposição de líquidos e cuidadosa assistência.

A proteção contra o meningococo é conferida por vacinas que são “sorogrupo específicas”. Existem vacinas contra os principais sorogrupos que causam a doença meningocócica, a saber: A, B, C, W, Y.

A vacina conjugada contra o meningococo do sorogrupo C (MenC) está disponível no Calendário de Vacinação do Programa Nacional de Imunização (PNI/MS) nas seguintes circunstancias:

1) imunização primária: duas doses, aos 3 e 5 meses de vida, e o reforço, preferencialmente, aos 12 meses de idade, podendo ser administrado até os 4 anos de idade;

2) adolescentes entre 11 e 14 anos;

3) pessoas em condições especiais de saúde atendidas nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE/PNI/MS).

*As vacinas para os outros sorogrupos não estão disponíveis no SUS.

O que causa a meningite?

A meningite de origem infecciosa pode ser causada por diferentes agentes etiológicos, como as bactérias, os vírus, os fungos e os parasitas, conforme a seguir.

Bacterianas

  • Existem muitos tipos de bactérias que podem causar meningite. As principais causas no Brasil são:
    • Neisseria meningitidis (meningococo)
    • Streptococcus pneumoniae (pneumococo)
    • Haemophilus influenzae
    • Mycobacterium tuberculosis
    • Streptococcus sp., especialmente os do Grupo B
    • Listeria monocytogenes
    • Escherichia coli
    • Treponema pallidum
    • Entre outras

    As causas mais comuns de meningite bacteriana variam de acordo com o grupo etário:

    Recém-nascidos: Streptococcus do grupo B, Streptococcus pneumoniae, Listeria monocytogenes, Escherichia coli

    Bebes e crianças: Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae, Streptococcus do grupo B

    Adolescentes e adultos jovens: Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae

    Idosos: Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae, Streptococcus do grupo B, Listeria monocytogenes

Virais

  • Os principais agentes virais que podem causar meningite são:
    • Enterovírus não-pólio (tais como os vírus Coxsackie, e Echovírus)
    • Vírus do grupo Herpes (incluindo o herpes simplex, o vírus da varicela zoster, Epstein-Barr, e Citomegalovírus)
    • Arbovírus (tais como dengue, zika, chykungunya, febre amarela, e o vírus da febre do Nilo Ocidental)
    • Vírus do Sarampo
    • Vírus da Caxumba
    • Adenovírus
    • Entre outros

Fungos

  • Cryptococcus neoformans
  • Cryptococcus gatti
  • Candida albicans
  • Candida tropicalis
  • Histoplasma capsulatum
  • Paracoccidioides brasiliensis
  • Aspergillus fumigatus

 

Protozoários

  • Toxoplasma gondii
  • Trypanosoma cruzi
  • Plasmodium sp

Helmintos

  • Infecção larvária da Taenia solium
  • Cysticercus cellulosae (Cisticercose)
  • Angyostrongylus cantonensis

Quais são os sintomas da meningite?

A meningite é uma síndrome na qual, em geral, o quadro clínico é grave, por isso no momento em que achar que você ou alguém pode estar com sintomas de meningite deve procurar atendimento médico o mais rápido possível. Um médico pode determinar se você tem a doença, o tipo de meningite e o melhor tratamento.

 

Sintomas meningite bacteriana

Os sintomas da meningite incluem início súbito de febre, dor de cabeça e rigidez do pescoço. Muitas vezes há outros sintomas, como:

  • Mal estar
  • Náusea
  • Vômito
  • Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz)
  • Status mental alterado (confusão)

Com o passar do tempo, alguns sintomas mais graves de meningite bacteriana podem aparecer,  como: convulsões, delírio, tremores e coma.

Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos acima podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou parecer letárgico ou irresponsivo a estímulos. Também podem apresentar a fontanela (moleira) protuberante ou reflexos anormais.

Na septicemia meningocócica (também conhecida como meningococemia) que é uma uma infecção na corrente sanguínea causada pela bactéria Neisseria meningitidis, além dos sintomas descritos acima, podem aparecer outros como:

  • Fadiga
  • Mãos e pés frios
  • Calafrios
  • Dores severas ou dores nos músculos, articulações, peito ou abdômen (barriga)
  • Respiração rápida
  • Diarreia
  • E, manchas vermelhas pelo corpo

 

Sintomas meningite viral

Os sintomas iniciais da meningite viral são semelhantes aos da meningite bacteriana. No entanto, a meningite bacteriana é geralmente mais grave.

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Rigidez no pescoço
  • Náusea
  • Vômito
  • Falta de apetite
  • Irritabilidade
  • Sonolência ou dificuldade para acordar do sono
  • Letargia (falta de energia)
  • Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz)

Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos acima podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou parecer letárgico (falta de energia) ou irresponsivo a estímulos. Também podem apresentar a fontanela (moleira) protuberante ou reflexos anormais.

 

Sintomas meningite de parasitas

Tal como acontece com a meningite causada por outras infecções, as pessoas que desenvolvem este tipo de meningite podem apresentar dores de cabeça, rigidez no pescoço, náuseas, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz) e/ou estado mental alterado (confusão).

 

Sintomas meningite por fungos

Os sinais e sintomas de meningite fúngica são parecidos com os causados por outros tipos de agentes etiológicos, como segue: febre, dor de cabeça, rigidez no pescoço, náusea, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz), e status mental alterado (confusão).

 

Como a meningite é transmitida?

Na meningite bacteriana, geralmente, a transmissão é de pessoa a pessoa, por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções das vias aéreas superiores (do nariz e da garganta). Já na meningite viral a transmissão fecal-oral é de grande importância, especialmente nas infecções por enterovírus.

  • DIFERENÇAS NOS TIPOS DE TRANSMISSÃO (Meningite Bacteriana) – Geralmente, as bactérias que causam meningite bacteriana se espalham de uma pessoa para outra por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Já outras bactérias podem se espalhar por meio dos alimentos, como é o caso da Listeria monocytogenes e da Escherichia coli.É importante saber que algumas pessoas podem transportar essas bactérias dentro ou sobre seus corpos sem estarem doentes. Essas pessoas são chamadas de “portadoras”. A maioria dessas pessoas não adoece, mas ainda assim pode espalhar as bactérias para outras pessoas. (Meningite Viral) – As meningites virais podem ser transmitidas de diversas maneiras a depender do vírus causador da doença.No caso dos Enterovírus, a contaminação é fecal-oral, e os vírus podem ser adquiridos por contato próximo (tocar ou apertar as mãos) com uma pessoa infectada; tocar em objetos ou superfícies que contenham o vírus e depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos, trocar fraldas de uma pessoa infectada, depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos, beber água ou comer alimentos crus que contenham o vírus. Já os Já os Arbovírus são transmitidos por meio de picada de mosquitos contaminados.Meningite causada por Fungos

    A meningite fúngica não é transmitida de pessoa para pessoa. Geralmente os fungos são adquiridos por meio da inalação dos esporos (pequenos pedaços de fungos) que entram nos pulmões e podem chegar até as meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal). Alguns fungos encontram-se em solos ou ambientes contaminados com excrementos de pássaros ou morcegos.

    Já um outro fungo, chamado Candida, que também pode causar meningite, geralmente é adquirido em ambiente hospitalar.

    Meningite causada por Parasitas

    Os parasitas que causam meningite não são transmitidos de uma pessoa para outra, e normalmente infectam animais e não pessoas. As pessoas são infectadas pela ingestão de produtos ou alimentos contaminados que tenha a forma ou a fase infecciosa do parasita

 

Como é feito o tratamento para meningite?

Tratamentos para os diversos tipos de meningite

Devido à gravidade do quadro clínico, os casos suspeitos de meningite sempre são internados nos hospitais, por isso, ao se suspeitar de um caso, é urgente a procura por um pronto-socorro hospitalar para avaliação médica.

Para tratamento das meningites bacterianas, faz-se uso de antibioticoterapia em ambiente hospitalar, com drogas de escolha e dosagens terapêuticas prescritas pelos médicos assistentes do caso;

Para as meningites virais, na maioria dos casos, não se faz tratamento com medicamentos antivirais. Em geral as pessoas são internadas e monitoradas quanto a sinais de maior gravidade, e se recuperam espontaneamente. Porém alguns vírus como herpesvírus e influenza podem vir a provocar meningite com necessidade de uso de antiviral específico. A devida conduta sempre é determinada pela equipe médica que acompanha o caso.

Nas meningites fúngicas o tratamento é mais longo, com altas e prolongadas dosagens de medicação antifúngica, escolhida de acordo com o fungo identificado no organismo do paciente. A resposta ao tratamento também é dependente da imunidade da pessoa, e pacientes com história de HIV/AIDS, diabetes, câncer e outras doenças imunodepressoras são tratados com maior rigor e cuidado pela equipe médica.

Nas meningites por parasitas, tanto o medicamento contra a infecção como as medicações para alívio dos sintomas são administrados por equipe médica em paciente internado. Nestes casos, os sintomas como dor de cabeça e febre são bem fortes, e assim a medicação de alívio dos sintomas se faz tão importante quanto o tratamento contra o parasita.

Como é feito o diagnóstico para meningite?

Se o médico suspeita de meningite, ele solicita a coleta de amostras de sangue e líquido cérebro-espinhal (líquor). O laboratório então testa as amostras para detectar o agente que está causando a infecção. A identificação específica do agente é importante para o médico saber exatamente como deve tratar a infecção.

Quais exames são feitos?

Os principais exames para o esclarecimento diagnóstico de casos suspeitos de meningite são: exame quimiocitológico do líquor; bacterioscopia direta (líquor); cultura (líquor, sangue, petéquias ou fezes); contra-imuneletroforese cruzada – CIE (líquor e soro); aglutinação pelo látex (líquor e soro).

O aspecto do líquor, embora não considerado um exame, funciona como um indicativo. O líquor normal é límpido e incolor, como “água de rocha”. Nos processos infecciosos, ocorre o aumento de elementos figurados (células), causando turvação, cuja intensidade varia de acordo com a quantidade e o tipo desses elementos.

Como prevenir a meningite?

A meningite é uma síndrome que pode ser causada por diferentes agentes infecciosos. Para alguns destes, existem medidas de prevenção primária, tais como vacinas e quimioprofilaxia. As vacinas estão disponíveis para prevenção das principais causas de meningite bacteriana. As vacinas disponíveis no calendário de vacinação da criança do Programa Nacional de Imunização são:

  • Vacina meningocócica conjugada sorogrupo C: protege contra a Doença Meningocócica causada pelo sorogrupo C;
  • Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite.
  • Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo b, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.
  • BCG: protege contra as formas graves da tuberculose.

Quanto as faixas etárias preconizadas para vacinação, recomendamos o acesso ao Calendário Nacional de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Já a quimioprofilaxia medicamentosa está indicada para contatos de casos de Doença Meningocócica e meningite por Haemophilus influenzae. A equipe médica que acompanha o caso, junto com a vigilância epidemiológica local são os responsáveis pelas orientações e aplicação da quimioprofilaxia medicamentosa nos contatos.

Outras formas de prevenção incluem: evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos.

 


 

Fonte: Portal Saude

Post inserido por Codecanyon.net.br

 

 

 

compartilhe: